Em 1950, a jovem estudante de pedagogia Bárbara da Rosa viaja para Londres a fim de estudar numa faculdade londrina, graças a uma bolsa de estudos providenciada pelo tio. Logo que começa a estudar na faculdade de pedagogia, se apaixona pelo jovem atleta e acrobata Willianson Kaddemam. A paixão entre os dois vai aumentando até que, dois anos depois, se casam. Três anos após nascia o pequeno Willianson Kaddemam, carinhosamente apelidado de "Willie".
O Caçador no traço de Jerônimo de Souza.
No ano seguinte, a família resolve se mudar definitivamente para o Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro; junto com eles vem o irmão de Kaddemam pai, Lovecraft. Os anos passam tranquilamente para a família Kaddemam. O pequeno Willie cresce e começa a estudar e praticar o seu esporte preferido: as artes marciais. Dez anos depois, uma desgraça se abate sobre os Kaddemam: ao sair de um banco, onde havia retirado dinheiro para a compra de um presente para o l3º aniversário de Willie, Lovecraft Kaddemam é assaltado e quase mortalmente espancado por uma gangue e motociclistas. Extremamente irado e decidido a vingar o quase assassinato do irmão, Kaddemam pai veste pela primeira vez um uniforme que o tornaria um dos homens mais famosos do Brasil.
Nascia o Caçador (nome criado pela imprensa, pois o justiceiro mascarado caçava os criminosos e os deixava na porta dos departamentos de polícia). Utilizando conceitos de acrobacia e ginástica, o Caçador consegue capturar a gangue de motociclistas e abandona o uniforme que usara somente para ocultar seu rosto a fim de evitar complicações com a justiça, por agir acima da lei. Lovecraft se recupera e volta para casa, onde, depois de muita conversa e até algumas discussões sobre o que é certo e o que é errado, convence Willianson pai a assumir definitivamente o uniforme de Caçador e usar suas habilidades para combater o crime. Logo, todos os jornais brasileiros passaram a noticiar as incríveis peripécias do saltitante Caçador, que prendia mais bandidos que a própria polícia.
Mesmo com a contrariedade da esposa e a indiferença do filho, a carreira do Caçador seguia de vento em popa. Porém, o previsível acabou acontecendo: acuado num beco por uma quadrilha de traficantes de drogas, o Caçador é mortalmente ferido, conseguindo escapar com um resto de vida somente graças à sua incrível habilidade acrobática. Mas a sua carcaça crivada de balas não conseguiria resistir. O Caçador consegue arrastar-se até sua casa e morre nos braços da esposa. O jovem Willie e sua mãe quase perecem com a dor da perda, mas a vida continuou... Foi aí que surgiu o segundo Caçador: sentindo-se culpado pela morte do irmão, Lovecraft assume a identidade do justiceiro.
Mas ele não possuía as habilidades de combate do irmão e sua curta carreira fora um completo desastre. Outro fator o limitava: um fragmento de bala alojado perto de seu coração, o que lhe infligia muita dor ao realizar grande esforço físico.
Mas seu irmão precisava ser vingado, pois arriscara a vida por Lovecraft. A solução que lhe veio à mente foi recrutar o jovem Willian Kadde (que na época estava prestes a completar 18 anos). Apesar de não possuir as habilidades acrobáticas do pai, Kadde possuía uma arma ainda mais poderosa: o domínio das artes marciais. Não foi preciso muita persuasão para entusiasmar o espírito aventureiro do jovem, que logo aceitou vestir o uniforme do pai e tornar-se o terceiro Caçador. Porém, sua mãe reprovava totalmente a idéia, temendo que o filho tivesse o mesmo destino do pai. Mas Lovecraft não desistiu e, com muita conversa (sua especialidade), conseguiu persuadí-la.
O Caçador renascia. Para muitos, tratava-se do mesmo justiceiro dos anos 1970 que voltara a agir. Para alguns, especialmente os que viram seu corpo crivado de balas, o Caçador era imortal. Logo, ele tornou-se o terror do submundo.
Após algum tempo, Willian Kadde tornou-se operativo da D.E.S. (Divisão Especial de Segurança), um órgão secreto ligado à Polícia Federal, cujo objetivo é garantir a segurança de VIP'S, políticos e testemunhas em situação de risco.
Willianson Kaddeman, O Caçador, foi criado em 1988 por Marcelo Tomazi e publicado pela primeira vez em junho de 1991. Foi registrado na Escola de Belas Artes da UFRJ em 05 de Janeiro de 1993.
Editor do Novidade e do Big Zine, Marcelo tornou-se fanzineiro após conhecer o zine Tchê, de Denilson Reis, na segunda metade dos anos de 1980. O Caçador não é sua primeira criação (antes veio o Fugitivo do Espaço), mas é a mais conhecida. O personagem passou pelas mãos de vários roteiristas e desenhistas dos fanzines entre o ano de sua criação e a primeira metade dos anos 1990. "Entre a Honra e a Justiça" foi sua primeira HQ. Teve três capítulos desenhados por Sérgio Gama, mas não foi concluída e nem publicada.
Bigzine 05, junho de 1991: a estreia oficial do Caçador.
Carlos Fernando, desenhista gaúcho que hoje publica nos EUA (desenhou Teen Titans 38, entre outros trabalhos) escreveu e desenhou aquela que foi oficialmente a primeira HQ do Caçador, "Dias de Vingança", em cinco partes, todas publicadas no Big Zine em 1991, com arte-final de Marcelo.
Carlos Fernando Ferreira
Em 1993, a HQ "Almas Corrompidas", com dezesseis páginas, teve roteiro de Marcelo e arte de Márcio Sennes Pereira, onde o Caçador aparentemente morreu após um confronto com seu arquiinimigo Judas Priest. Foi publicada numa edição especial do Zine HQ, de Daniel Santos.
Em 1994, Marcelo interrompeu a continuidade do Caçador, devido aos compromissos com o Curso de Histórias Em Quadrinhos no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (ministrado pelo grupo Visuart, do qual ele fazia parte, junto com Jerônimo de Souza, Daniel HDR, Jefferson Barbosa e Marcos Pinto Gomes) e a faculdade de Artes Plásticas na UFRGS.
Daniel Santos, grande entusiasta do personagem, produziu, então, sua versão para os eventos mostrados em "Almas Corrompidas", a HQ "BAM!", em que o Caçador ressurgia como traficante nos morros cariocas, atuando ao lado do Saltador (personagem criado por Daniel). Algumas páginas foram desenhadas por Daniel HDR e Volnei Matte. Esta HQ foi republicada no fanzine Tchê número 34 (lançado no inverno de 2005). São desta época também algumas HQs alternativas produzidas por Carlos Henry.
Após um hiato de mais de uma década, o Caçador reapareceu em "O Filho do Caçador", escrita por Jerônimo de Souza e desenhada por Geraldo Abelardo. Publicada na revista Hangar 02, editada por Jerônimo em 2007, seu argumento já havia sido escrito no início dos anos 1990.
Em julho de 1992, Marcelo publicou o Caçador em título próprio. Com dezesseis páginas e capa colorida em serigrafia, o primeiro número trazia a primeira parte de "Terrorismo no Oriente", minissérie em três capítulos, escrita por Jerônimo de Souza e Marcelo, com arte de Jerry Adriani (edição 1), Alex Stürmer (edição 2) e Jerry e Daniel HDR (edição 3). A publicação foi encerrada no número três, devido às dificuldades de manter uma produção regular. "Terrorismo no Oriente" esteve por duas vezes na lista de concorrentes ao Angelo Agostini, o principal prêmio dos quadrinhos brasileiros, na categoria “Melhor Lançamento do Ano”.
Em 1993, a HQ "Almas Corrompidas", com dezesseis páginas, teve roteiro de Marcelo e arte de Márcio Sennes Pereira, onde o Caçador aparentemente morreu após um confronto com seu arquiinimigo Judas Priest. Foi publicada numa edição especial do Zine HQ, de Daniel Santos.
Em 1994, Marcelo interrompeu a continuidade do Caçador, devido aos compromissos com o Curso de Histórias Em Quadrinhos no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (ministrado pelo grupo Visuart, do qual ele fazia parte, junto com Jerônimo de Souza, Daniel HDR, Jefferson Barbosa e Marcos Pinto Gomes) e a faculdade de Artes Plásticas na UFRGS.
Daniel Santos, grande entusiasta do personagem, produziu, então, sua versão para os eventos mostrados em "Almas Corrompidas", a HQ "BAM!", em que o Caçador ressurgia como traficante nos morros cariocas, atuando ao lado do Saltador (personagem criado por Daniel). Algumas páginas foram desenhadas por Daniel HDR e Volnei Matte. Esta HQ foi republicada no fanzine Tchê número 34 (lançado no inverno de 2005). São desta época também algumas HQs alternativas produzidas por Carlos Henry.
Após um hiato de mais de uma década, o Caçador reapareceu em "O Filho do Caçador", escrita por Jerônimo de Souza e desenhada por Geraldo Abelardo. Publicada na revista Hangar 02, editada por Jerônimo em 2007, seu argumento já havia sido escrito no início dos anos 1990.
ALFA
Foi criado por Daniel HDR em 1984, quando o autor tinha apenas dez anos de idade. O personagem inicialmente chamava-se Power e era um típico super-herói (com direito até a uma capa). Com o passar do tempo, sua concepção gráfica, origem e nome mudaram: o personagem passou a ter um visual mais sombrio e tornou-se mais violento, influenciado pela estética punk e os quadrinhos da época. Os livros Dr. Jekyll & Mr. Hyde (de Robert Louis Stevenson) e Invasores de Corpos (de Jack Finney) também serviram de inspiração na construção da origem do personagem.
O Alfa nos anos 80. Arte de Daniel HDR.
Manifestação do Id de Cristiano Albian Medeiros, causada por traumas de infância e pela presença do espírito do alienigena Zarek Nalkniav, o Alfa age de modo imprevisível, ao sabor de suas emoções. Dotado de habilidades sobre-humanas, vaga pela noite eventualmente fazendo justiça.
Daniel HDR
Além de publicação própria (dentro do fanzine Novo Raff, nos períodos de 1988 e 1989),o Alfa foi publicado em diversos fanzines, como o Psiu, (de Edgard Guimarães), Legenda (de Joacy Jamys), Historieta (de Oscar Kern), Tchê (de Denilson Reis), News Quadrinhos (de Cidno da Silva), Embates (do grupo Tríade), Campo Grande (de Jerônimo Fagundes de Souza), além de capas, HQs curtas e mini-séries lançadas no periodo de 1988 à 1993, quando teve suas histórias encerradas pelo autor, que ja vinha trabalhando em outras linhas de projetos com quadrinhos e ilustração.
A maioria das histórias do Alfa foi escrita e desenhada pelo próprio Daniel, como "O Início" (origem do personagem, dividida em cinco partes), "Deus", "Uma Nova Chance" e "O Fim" (esta com plot escrito em parceria com Jorge Jofre). Já a minissérie em três partes "Introdução À Nova Vida" teve texto e arte de Carlos Fernando Ferreira.
Na HQ "Mutante" cruzaram-se os caminhos de Alfa e do policial Lucas Blood, vulgo Predador, personagem de Carlos Fernando, enfrentando o monstruoso Weindstak. Carlos Fernando desenhou e Daniel arte-finalizou, enquanto o roteiro da HQ foi escrito por ambos.
O Alfa em nova versão, feita especialmente para a HQ "Estranhos Invasores". Arte de Jader Corrêa.
Alfa e Caçador estão juntos na HQ "Estranhos Invasores", que será publicada na Quadrante Sul 04. Escrita por Marcelo Tomazi, a arte desta HQ conta com o traço de Daniel HDR e alguns talentos da nova geração de quadrinhistas brasileiros (Carlos Lima, Marcel de Souza, Matias Streb, Roger Medeiros, Rodjer Goulart, Henrique Bittencourt e Newton Barbosa).
Abaixo disponibilizamos um preview de cinco páginas da HQ. Clique nas imagens para ampliar.
2 comentários:
Grande equipe! Entrevistei alguns desses caras. Eheheh! ;)
Caros amigos do Quadrante Sul
Lembrei com saudosismo da época que escrevi e fiz uma Pin-Up de "Caçador-Atos de Vingança",uma edição alternativa para os fãs do personagem.Para tanto,contei com a ajuda dos desenhistas Sergio Gama,Tarcílio Dias,Marcio Sennes,Gabriel Rocha e Anilton Freire.Apenas os 3 primeiros tinham desnehado o Caçador antes.
Não lembro de ter feito mais que isso....tinha um projeto de "Caçador & Dakar-Anjos Caídos",que não levei adiante,não lembro motivo.
Se estiverem interessados,o Sergio Gama tá voltando com todo gaz pras HQs,querendo desenhar.Seria legal refazer contato.Veja o fotolog dele www.fotolog.terra.com.br/sergiogama , tb tem este email aqui dele icarai94@hotmail.com e Orkut aqui http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=16816213667450311532
O Orkut do Tarcilio Dias é este http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=15969090358222463099
O Carlos Lima é um grande cara,conheço pessoalmente!Tava precisando fazer parcerias assim...
O Alfa eu ouvi falar numa reportagem do Jornal Hoje,do Rio de Janeiro,quando ainda morava lá,sobre HQs.Falava de um personagem que matava super-heróis,se referindo ao Alfa.Não sei pq eles falaram desta forma do personagem...
Espero ter ajudado em algo.
Bom,desejo sucesso pra turma e fico feliz que tenham tantos talentos no Sul pra levantar a chama das HQs!Abraço!
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