"Certo dia, um grupo de fanzineiros uniu-se para fazer frente a ameaças que nenhum deles poderia enfrentar sozinho. Dali em diante, este grupo passou a chamar-se... QUADRANTE SUL!!!"
O retorno da revista Quadrante Sul é conseqüência de vários fatos aparentemente isolados, mas que, observados em conjunto, nos fazem acreditar que não existem coincidências. Seria a Quadrante Sul apenas mais uma peça num imenso tabuleiro de xadrez cósmico?
Durante toda a década de 1990 houve freqüentes contatos entre remanescentes da Quadrante Sul (dos editores, eu e Denilson e, dos colaboradores, Daniel e Jerônimo). Era a época do grupo Visuart. Do fanzine Micronauta, que queria ser punk mas não tinha atitude pra tanto. Do curso de quadrinhos no MARGS, dos encontros no BigBurger e na Casa de Cultura Mário Quintana. De defender fervorosamente a HQB, mas sem perder um número de X-Men. De fazer páginas de amostras copiando Jim Lee e Marc Silvestri pra mandar pro Art&Comics. Do Quadrimania, em 1997, precursor dos eventos de anime e mangá que se vê hoje em dia no RS. De conhecer gente nova. Durante esse período, Gervásio esteve afastado. Foi cuidar da vida, fazer faculdade. Houve alguns contatos comigo por carta e nos encontramos umas poucas vezes.
Quando trabalhava nos Correios, por volta de 2003, eu tive novo contato com Gervásio (posteriormente me demiti e comprovei que existe vida após os Correios!). Falamos do Portal TexBR. Por coincidência, foi nessa época que eu adquiri um computador. Agora Gervásio empunhava a bandeira dos fumetti da Sergio Bonelli Editore. Eu já havia lido vários fumetti na década de 1990, como Ken Parker, publicado pela Vecchi, Nathan Never e Martin Mystère, da Globo, e Nick Raider, da Record, mas não tinha maiores informações sobre eles (afinal, eram tempos pré-internet, quando a humanidade estava off-line). Já um tanto saturado dos velhos esquemas Marvel e DC, eu tornei-me leitor destes personagens, lamentando não tê-los conhecido antes. Ao mesmo tempo, tornei-me colaborador do Portal TexBR, atividade que foi o pontapé inicial para que eu adquirisse cada vez mais conhecimentos sobre editoração eletrônica, a ponto de poder executar o projeto do CD-ROM Tchê e a diagramação da vindoura revista Quadrante Sul.
Dois editores da antiga Quadrante Sul estavam reunidos, mas... faltava um. Assim, num dia de 2004, Gervásio e eu nos dirigimos de moto para Alvorada, para visitar Denilson. Foi a primeira de muitas reuniões que ocorrem até hoje, em vários locais e que passaram a ser denominadas de “Reuniões do Grupo Quadrante Sul”. Desde então, novos personagens foram agregados ao grupo, como Anderson Ferreira, editor do fanzine Visão ANDF, os desenhistas Marcel de Souza e Sergio Triesse, o roteirista Fabiano Batboy e Diego Müller, cuja função ainda é desconhecida.
Com as reuniões em ritmo intenso, novos e antigos membros dessa modesta confraria de quadrinhistas confraternizam a cada encontro. Denilson já acenava há algum tempo com o propósito de lançar algo comemorativo para o aniversário de vinte anos de publicação de seu fanzine Tchê. Mas a viabilidade de um número especial impresso em gráfica sempre esbarrava na barreira do custo. A solução encontrada foi digitalizar as vinte primeiras edições do Tchê na forma de um CD-ROM, o que poderia ser feito de forma caseira.
Em 2005, eu e Marcelo Tomazi não escondíamos nossa frustração pelo fracasso da Ediouro em relançar Nathan Never no Brasil. Pensamos seriamente em obter o copyright do personagem para lançar ao menos uma edição. Na busca por informações a respeito, esbarramos no muro de silêncio que cobre tais assuntos. Por fim, nos convencemos de que eram valores bem além da nossa capacidade de endividamento, o que nos levou a focar em projetos mais modestos.
A ânsia por jogar dinheiro pela janela nos levou a outros delírios, como lançar um catálogo colorido contendo os trabalhos dos artistas do Expert Studio (estúdio do Marcelo). Idéia aparentemente arrojada, mas concluímos que, dada a alta rotatividade dos artistas agenciados pelo estúdio, o catálogo logo ficaria desatualizado. Além do mais, o público-alvo da publicação seriam apenas potenciais contratantes dos serviços do estúdio, numa época em que é infinitamente mais rápido e prático mandar imagens por e-mail. Por fim, concluímos que o destino mais provável do catálogo seria o cesto do lixo.
O projeto de lançar uma revista ou algo semelhante foi reforçado pela inesperada perspectiva de entrada de recursos financeiros suficientes pra bancar os custos gráficos. A experiência do Jerônimo de Souza e sua Casa das Máquinas (posteriormente denominada Hangar) era uma boa iniciativa a ser seguida (mas somente quanto aos poucos aspectos positivos, obviamente). Em longas conversas noturnas no MSN com Marcelo Tomazi, a solução para o impasse quanto ao mote da revista foi encontrada: promover o retorno da revista Quadrante Sul!
E assim estava marcado o retorno da Quadrante Sul!
Alex Doeppre é designer, desenhista e “faz-tudo” para o Expert Studio e a Tchê Produções
O retorno da revista Quadrante Sul é conseqüência de vários fatos aparentemente isolados, mas que, observados em conjunto, nos fazem acreditar que não existem coincidências. Seria a Quadrante Sul apenas mais uma peça num imenso tabuleiro de xadrez cósmico?
Durante toda a década de 1990 houve freqüentes contatos entre remanescentes da Quadrante Sul (dos editores, eu e Denilson e, dos colaboradores, Daniel e Jerônimo). Era a época do grupo Visuart. Do fanzine Micronauta, que queria ser punk mas não tinha atitude pra tanto. Do curso de quadrinhos no MARGS, dos encontros no BigBurger e na Casa de Cultura Mário Quintana. De defender fervorosamente a HQB, mas sem perder um número de X-Men. De fazer páginas de amostras copiando Jim Lee e Marc Silvestri pra mandar pro Art&Comics. Do Quadrimania, em 1997, precursor dos eventos de anime e mangá que se vê hoje em dia no RS. De conhecer gente nova. Durante esse período, Gervásio esteve afastado. Foi cuidar da vida, fazer faculdade. Houve alguns contatos comigo por carta e nos encontramos umas poucas vezes.
Quando trabalhava nos Correios, por volta de 2003, eu tive novo contato com Gervásio (posteriormente me demiti e comprovei que existe vida após os Correios!). Falamos do Portal TexBR. Por coincidência, foi nessa época que eu adquiri um computador. Agora Gervásio empunhava a bandeira dos fumetti da Sergio Bonelli Editore. Eu já havia lido vários fumetti na década de 1990, como Ken Parker, publicado pela Vecchi, Nathan Never e Martin Mystère, da Globo, e Nick Raider, da Record, mas não tinha maiores informações sobre eles (afinal, eram tempos pré-internet, quando a humanidade estava off-line). Já um tanto saturado dos velhos esquemas Marvel e DC, eu tornei-me leitor destes personagens, lamentando não tê-los conhecido antes. Ao mesmo tempo, tornei-me colaborador do Portal TexBR, atividade que foi o pontapé inicial para que eu adquirisse cada vez mais conhecimentos sobre editoração eletrônica, a ponto de poder executar o projeto do CD-ROM Tchê e a diagramação da vindoura revista Quadrante Sul.
Dois editores da antiga Quadrante Sul estavam reunidos, mas... faltava um. Assim, num dia de 2004, Gervásio e eu nos dirigimos de moto para Alvorada, para visitar Denilson. Foi a primeira de muitas reuniões que ocorrem até hoje, em vários locais e que passaram a ser denominadas de “Reuniões do Grupo Quadrante Sul”. Desde então, novos personagens foram agregados ao grupo, como Anderson Ferreira, editor do fanzine Visão ANDF, os desenhistas Marcel de Souza e Sergio Triesse, o roteirista Fabiano Batboy e Diego Müller, cuja função ainda é desconhecida.
Com as reuniões em ritmo intenso, novos e antigos membros dessa modesta confraria de quadrinhistas confraternizam a cada encontro. Denilson já acenava há algum tempo com o propósito de lançar algo comemorativo para o aniversário de vinte anos de publicação de seu fanzine Tchê. Mas a viabilidade de um número especial impresso em gráfica sempre esbarrava na barreira do custo. A solução encontrada foi digitalizar as vinte primeiras edições do Tchê na forma de um CD-ROM, o que poderia ser feito de forma caseira.
Em 2005, eu e Marcelo Tomazi não escondíamos nossa frustração pelo fracasso da Ediouro em relançar Nathan Never no Brasil. Pensamos seriamente em obter o copyright do personagem para lançar ao menos uma edição. Na busca por informações a respeito, esbarramos no muro de silêncio que cobre tais assuntos. Por fim, nos convencemos de que eram valores bem além da nossa capacidade de endividamento, o que nos levou a focar em projetos mais modestos.
A ânsia por jogar dinheiro pela janela nos levou a outros delírios, como lançar um catálogo colorido contendo os trabalhos dos artistas do Expert Studio (estúdio do Marcelo). Idéia aparentemente arrojada, mas concluímos que, dada a alta rotatividade dos artistas agenciados pelo estúdio, o catálogo logo ficaria desatualizado. Além do mais, o público-alvo da publicação seriam apenas potenciais contratantes dos serviços do estúdio, numa época em que é infinitamente mais rápido e prático mandar imagens por e-mail. Por fim, concluímos que o destino mais provável do catálogo seria o cesto do lixo.
O projeto de lançar uma revista ou algo semelhante foi reforçado pela inesperada perspectiva de entrada de recursos financeiros suficientes pra bancar os custos gráficos. A experiência do Jerônimo de Souza e sua Casa das Máquinas (posteriormente denominada Hangar) era uma boa iniciativa a ser seguida (mas somente quanto aos poucos aspectos positivos, obviamente). Em longas conversas noturnas no MSN com Marcelo Tomazi, a solução para o impasse quanto ao mote da revista foi encontrada: promover o retorno da revista Quadrante Sul!
E assim estava marcado o retorno da Quadrante Sul!
Alex Doeppre é designer, desenhista e “faz-tudo” para o Expert Studio e a Tchê Produções
Um comentário:
Belo relato no Alex sobre o retorno do Grupo Quadrante Sul!
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