sexta-feira, 21 de junho de 2013

PREVIEW QUADRANTE SUL 05: PREDADOR


“Meu nome é Lucas... Lucas Blood. Eu sou um policial. Ou melhor, era. Fui preso por crimes que não cometi. Perdi tudo que eu tinha: minha mulher, minha casa, minha vida. Agora sou um pária. Agora luto somente por mim mesmo. Mas eu não esquento, não. Eu sempre fiz isso. Sempre fui um... PREDADOR!Carlos Fernando Ferreira, gaúcho de Gravataí/RS com trabalhos publicados em editoras norte-americanas, é daqueles desenhistas que têm suas raízes nos fanzines. Em 1988, publicou o F-X (que durou só um número) e criou Lucas Blood, o Predador (cuja estreia se deu no fanzine Novo Raff, de Daniel HDR). Com traços de psicopatia e tendências suicidas, o personagem era o instrumento de seu criador para explorar os meandros da mente humana e a relação do indivíduo com uma sociedade em franca degradação. Lucas Blood   teve uma minissérie publicada por Edgard Guimarães e, em 1993, foi produzida a HQ “O Ritual”. Programada para sair no Big Zine 13, editado por Marcelo Tomazi, em 1995, a história foi engavetada porque o fanzine encerrou suas atividades no número 12. Agora, a revista Quadrante Sul promove o resgate deste material e o leitor poderá comprovar por que o Predador era um dos personagens mais interessantes daquele período, tanto pela arte arrojada quanto pelo texto consistente.



Carlos Fernando Ferreira de Souza nasceu em 1966. A partir dos anos 1990, desenhou para as editoras americanas Marvel (Hulk: Gamma Corps, Exilados e Adventures Of Spider Man), DC Comics (Teen Titans e Green Lantern: Kilowog), Avatar (Robocop: Wild Child e capas de Lady Death) e IDW (Winnona Earp).

Assista o videodepoimento de Marcelo Tomazi, que colorizou a capa da revista Quadrante Sul 05 desenhada por Carlos Fernando, sobre o autor e sua criação.


Segue abaixo uma descrição do Predador nas palavras de seu criador.


QUEM É O PREDADOR?
"Não seria quem é o Predador, e sim do que eu tento abordar com suas histórias. Mas, respondendo a pergunta cima, o Predador é Lucas Blood, um ex-policial. Eu o considero um psicopata, com uma leve tendência ao suicídio. Sua “origem”, já que todos os “heróis” tem que possuir uma, seria em síntese, a história de uma policial enlouquecido que é preso injustamente e, através de uma terapia de choque, seus instintos mais remotos são liberados. Bom, Lucas é agora um pária, um personagem das ruas que faz delas o seu lar. A única coisa que lhe interessa é a sobrevivência, aplicando suas próprias leis."



POR QUE ELE SURGIU?
"Bom, eu sempre quis 'criar' um personagem forte, consistente e acima de tudo, complexo. Não um que fosse picado por qualquer coisa e adquirisse superpoderes, nem de outro mundo. Aqui e agora existe muita coisa interessante a ser explorada. Eu gostava do Sombra do Mike Kaluta, mas depois que li Manto e Adaga, aquilo sim que era história, complexa. Tá certo, a origem era babaca, mas depois... Eu via e vejo nas drogas o início do personagem ideal. Ele seria o Batman sem o cinto de utilidade. Bem, eu pensava assim. Até idealizei o primeiro esboço com ar de Wolverine, mas faltava algo ainda, não bastava sair por aí matando bandidos. O meu personagem tinha que ser humano, fraco como eu, com antipatias, com problemas. Num segundo momento conheci Warlock. Esse sim era problemático, até demais. O Justiceiro, não! Acontecia a mesma coisa com os demais. O Questão... bom! Muito bom! Mas drogas e submundo ainda me parecia fraco demais, ainda tinha um “quê” de Marvel ou DC. Por fim veio o tema mais complexo... o ponto exato... algo diferente, a mente humana."



O MUNDO EM QUE VIVEMOS
"Lucas Blood (blood = sangue, porque é a energia da vida, da vida do meu personagem, e algo que sempre vai aparecer), enfim estava “criado”. Não um justiceiro implacável (num primeiro momento), e, sim, um homem que não sabe ao certo porque ainda vive. Droga – pensa ele – alguém vive porque tem uma missão a cumprir. Qual é a minha? Viver nesta podridão? Ser caça ou predador? Este é o drama dele. Um personagem subjetivo num mundo objetivo. Quase sempre um personagem secundário, pois as pessoas que se apresentam nas suas histórias são na maioria das vezes mais fortes, mais complexas que ele mesmo. Eles são ainda mais loucos, mais retardados, lunáticos, mesquinhos, num mundo ao meu ver idem. Lucas é um coadjuvante, um indivíduo que vê o drama de pessoas a quem o mundo diz que têm que fazer isto porque é certo, deturpadas por outros outros que têm o poder e o controle sobre os demais. Ele tenta, mesmo que inutilmente, fugir do sistema, ser diferente, ajudar os “fracos de espírito” – ele pensa assim – mas na prática é bem diferente. Esse é o mundo em que vivemos,. E onde Lucas vive, um mundo de altos e baixos, de poderosos e derrotados, de caçadores e predadores."


A seguir, amostras dos trabalhos de Carlos Fernando Ferreira para editoras norteamericanas.


 














2 comentários:

Di Amorim disse...

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Di Amorim disse...

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